A escala alterada é uma escala construída a partir da sequência: semitom – tom – semitom – tom – tom – tom – tom.
Já comentamos no artigo “escala menor melódica” que a escala alterada de um acorde pode ser construída a partir da escala menor melódica um semitom acima desse acorde. Por exemplo, a escala alterada de Sol é a escala menor melódica de Sol sustenido. Isso facilita nossa vida, afinal a escala menor melódica nós já conhecemos.
As notas que compõem a escala de Sol sustenido menor melódica são: G#, A#, B, C#, D#, F, G
Desenho da escala alterada de G#
Note que essa escala contém as notas Sol, Si e Fá (fundamental, terça e sétima do acorde de G7). As demais notas: Sol sustenido, Lá Sustenido, Dó Sustenido, Ré Sustenido são, respectivamente, nona bemol, nona sustenida, quinta bemol e quinta sustenida.
Ou seja, todas as alterações possíveis num acorde de sétima dominante estão incluídas nessa escala.
Acorde alterado (alt)
O acorde gerado por essa escala que mostramos pode ser o G7#9#5, também conhecido como G7alt. Repare que o símbolo “alt” é uma abreviação de “alterado”, por ter suas origens na escala alterada. Se você se deparar com essa cifra “alt” por aí já sabe então do que se trata (quinta e nona sustenidas).
Obs: apesar das notas b5 e b9 também existirem nessa escala, o acorde denominado “alt” não se refere a elas, pois essas notas também fazem menção à escala diminuta, como veremos nos próximos tópicos.
Aplicação da escala alterada
Nós já demonstramos a aplicação da escala alterada no artigo “escala menor melódica“: ela pode ser tocada em cima de um acorde dominante alterado.
Em termos de som gerado, a escala alterada produz um dos sons mais complexos possíveis em cima de um dominante. É importante destacar aqui que tocar a escala alterada em cima de um dominante não alterado pode resultar em uma dissonância desagradável dependendo do contexto. Por isso, é fundamental estar consciente do efeito produzido. Em dominantes alterados, essa preocupação não precisa existir.
A escala alterada é um dos recursos mais utilizados no jazz. Se você pretende se aperfeiçoar nesse estilo, é fundamental praticar muito a escala alterada em diversos contextos de dominantes para se acostumar com o seu sabor.
Mas não é somente o jazz que possui dominantes alterados. Muitos outros estilos usam e abusam desses acordes. Um exemplo de ocorrência muito comum é aparecer o dominante com #5 antes de um acorde menor com sétima e nona, e uma escala alterada bem colocada, sem dúvida, faz toda a diferença nesses contextos.
Podemos arriscar dizer que chegamos a um divisor de águas. Já estamos abordando temas de profissionais da área. Prepare-se para virar um músico de mão cheia! Estude esses padrões, improvise em cima das músicas, aplique, aplique e aplique.
Segue abaixo um exemplo no Guitar Pro de aplicação da escala alterada (retirado do artigo “escala menor melódica”):
Arquivo: alterada.gpro (para abrir o arquivo é necessário ter o Guitar Pro instalado)
Essas escalas que trabalhamos até aqui precisam estar em seu sangue. Mas não encare esse treino sem motivação. É fundamental que você se divirta nesse processo. É fundamental que goste dos sons gerados, que brinque com as ideias.
Sua personalidade musical precisa aflorar. Esse é o momento!
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