Depois de estudarmos diversos assuntos, aqui estamos nós voltando ao mundo do blues!
Caso você seja iniciante no assunto e caiu nesse tópico de paraquedas, leia o tópico básico sobre blues antes de qualquer coisa.
Bom, se esse não for o caso, e você já vem acompanhando esse site, então você já aprendeu que o acorde dominante V7 permite que utilizemos muitos recursos interessantes na improvisação. Ele é o tipo de acorde mais explorado em termos de outside notes.
O que iremos fazer agora é pegar todos os conceitos que aprendemos sobre dominantes e aplicar tudo dentro do blues; afinal, o blues é formado basicamente por acordes dominantes! Você já conhece a estrutura básica de um blues, então agora é hora de sair da superfície e ir muito além da escala pentatônica menor + escala blues.
É hora de aplicar as demais abordagens que conhecemos! Vamos resumir o que você pode usar em cima dos acordes (primeiro, quarto e quinto graus) do blues, que são todos dominantes não alterados:
– Escala menor melódica uma quinta acima
– Escala diminuta um semi-tom acima (escala dom-dim)
– Escala pentatônica maior (sobre o primeiro grau)
Não precisamos comentar aqui sobre as escalas menor melódica, diminuta, hexafônica, bebop e mixolídia, pois a justificativa para aplicar cada uma delas é pensar que cada acorde do blues atua como um acorde dominante (já estudamos essa abordagem para cada uma dessas escalas).
Mesmo que esses acordes com sétima da dominante não estejam resolvendo em suas tonalidades, eles não deixam de ser dominantes, então pensamos em cada um deles como se fosse um acorde V7.
O cromatismo com Target Notes também já foi completamente explicado em outros tópicos e você já sabe utilizar.
A novidade aqui é a pentatônica maior. Da mesma forma que utilizamos a pentatônica menor, podemos também utilizar a pentatônica maior sobre o primeiro grau. Acompanhe o raciocínio: a pentatônica maior pega os seguintes graus, 1º, 2º, 3º, 5º e 6º. No caso do acorde de Sol, a pentatônica maior pegaria então as notas G, A, B, D, E. Vamos ver se essas notas já estão presentes em alguma outra escala que estamos utilizando:
Para o acorde G7, a nota D está presente na escala pentatônica menor de Sol. Ok, então eu não preciso me preocupar com essa nota. As notas E e A estão presentes na escala Ré menor melódica (que é a menor melódica uma quinta acima de G7). A nota B está presente na escala mixolídia de Sol.
Ou seja, ao tocar a pentatônica maior de Sol, não estamos fazendo nada de diferente do que usar notas das escalas anteriores que já aplicamos. Então não há problema algum em se fazer isso!
A título de curiosidade, a pentatônica maior dentro do blues é muito utilizada pelo guitarrista B.B. King. Se você quiser se aperfeiçoar nesse estilo, ouça bastante B.B. King e repare na maneira como ele coloca a pentatônica maior.
Caso você não se sinta confortável com a pentatônica maior e seja um amante do shape da pentatônica menor, pode pensar na relativa menor de Sol (Mi menor) e tocar então, nesse caso, a pentatônica menor de Mi.
Muito bem, os conceitos teóricos já estão todos explanados, agora é hora de botar a mão na massa! Mostraremos todos esses conceitos aplicados em um solo. Confira abaixo e espelhe-se nessas ideias para construir as suas!
Obs: a escala diminuta dentro do blues soa melhor quando é tocada momentos antes da transição de um acorde para outro. Por exemplo, antes de sair do primeiro grau para o quarto, experimente aplicar a diminuta. Faça a mesma coisa na transição do quarto grau para o primeiro. Essa escala soa melhor dessa forma porque ela é muito utilizada em cima da ideia de “acordes de passagem”, como já estudamos.
Em breve iremos mostrar esses conceitos todos em videoaulas, inscreva-se em nosso canal para não perder.
Arquivo Guitar Pro: improbluesavançado.gpro (para abrir o arquivo é preciso ter o Guita Pro instalado)
Aplique todos esses conceitos em cima dessa base blues: Base blues tradicional E7.
Agora você já pode se considerar um músico diferenciado! Com que frequência você costuma ouvir essas outside notes dentro de um blues? Podemos fazer quase tudo dentro do blues, mas 99,9% dos músicos não exploram nada disso, só ficam debulhando a pentatônica menor com uma blue note. Quanto desperdício de oportunidade, não é mesmo?!
Nesse tópico, falamos apenas sobre improvisação. No próximo tópico avançado de blues falaremos de conceitos de harmonia funcional. Se o Descomplicando a Música tem sido útil para você, não deixe de divulgar o site e contribuir para o nosso crescimento!
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