Se você está lendo esse artigo, provavelmente já tenha se perguntado como improvisar no jazz.
Todo músico viciado em pentatônica tem pavor de Jazz, afinal esse estilo apresenta muitas variações harmônicas, bem distante das músicas tonais que os virtuosos “pentamúsicos” estão acostumados.
Mas sempre tem aquele músico viciado em pentatônica que quer largar essa vida limitada e aprender jazz. Essa missão, no entanto, acaba indo por água abaixo na maioria das vezes, já que o jazz parece ser coisa de outro mundo. É pra isso que estamos aqui! Queremos derrubar esse mito de que o jazz não é para todos!
Criaremos em breve um tópico que explica o que caracteriza um jazz, seu ritmo e tudo o mais. Mas já podemos dar uma notícia para você que estudou e acompanhou todos os módulos até aqui: você já está apto para improvisar no jazz!
Isso mesmo, mas antes que você saia daqui pulando de alegria, acalme-se um pouco, pois ainda vai ser necessário um pouco de treino e dedicação.
Características do jazz
Não iremos introduzir nenhum conceito novo nesse tópico, apenas vamos enfatizar alguns pontos importantes:
- O jazz é, normalmente, rico em cadências e modulações.
- A pulsação rítmica do jazz pede um solo que acompanhe esse suingue.
Abordaremos nesse tópico o item 1. Futuramente, criaremos um tópico para o item 2. Acompanhe inscrevendo-se em nosso canal.
Então vamos lá. Para improvisar bem em modulações, nós já comentamos que é importante dominar com segurança os modos gregos, de maneira que você consiga permanecer na mesma região do seu instrumento mesmo que a música tenha mudado de tonalidade.
Por exemplo, digamos que o jazz tenha começado na tonalidade de Dó maior e no terceiro compasso a tonalidade mudou para Fá maior. Se você estava utilizando a escala Dó jônico, seria interessante continuar na mesma região do instrumento, mudando a escala de Dó jônico para Dó mixolídio, em vez de “pular” para Fá jônico. Tente permanecer com a mão estática durante essas transições para o improviso ficar fluido, sem ficar saltando feito uma gazela procurando os modos jônicos de cada tonalidade.
Essa é uma forma de desenvolver um comportamento e uma postura de quem toca jazz. Em relação às cadências, treine bastante o improviso em cima de cadências II – V – I, explorando os recursos que temos para o dominante V7, especialmente a escala menor melódica e a escala alterada (sua irmã), pois os músicos de jazz usam e abusam dessas escalas.
Ao ficar muito tempo improvisando em uma cadência II – V – I, você vai se acostumar com essa sonoridade e adquirir um reflexo imediato, uma reação que já desenvolve o fraseado automaticamente ao se deparar com essa cadência. A vantagem disso é que o jazz aborda muito essa cadência, então você vai reconhecer imediatamente o que está acontecendo a todo momento e, é claro, vai saber se portar muito bem sobre essas progressões. Depois, pratique também o improviso em algumas cadências menos usuais, como cadências deceptivas, para reagir bem a surpresas.
Obs: quando falamos “cadência II – V – I”, entenda que a ideia é seguir a sequência subdominante – dominante – tônica, ou seja, podemos ter outros acordes assumindo essas funções também, como a cadência IV – V – I, por exemplo.
Tendo esses dois conceitos que comentamos bem treinados (modulações e cadências), você conseguirá se situar bem em qualquer jazz.
Como improvisar no jazz com fraseado jazzístico
Para obter um fraseado jazzístico, ouça alguns músicos desse estilo e observe a “pegada” com que eles colocam as notas. Pratique bastante também a escala bebop. Pegue depois algumas músicas de jazz e treine seus improvisos em cima delas. Os resultados não vão demorar a aparecer. Experimente praticar esses conceitos em cima desse backing track (baixe o arquivo): treino jazz.
Essa base está cheia de cadências II – V – I. Pratique até se sentir confortável com esse contexto.
Em breve você vai se sentir confortável dentro do jazz, e isso vai enriquecer sua visão musical de uma maneira surpreendente!
Ir para: Rearmonização
Voltar para: Menu Módulo 11