Em resumo, o que fizemos até agora foi aprender como montar acordes a partir de uma cifra. Utilizamos o processo de ler a cifra, identificar o acorde e encontrar a melhor posição para formar esse acorde no instrumento.
Se você caiu de paraquedas nesse artigo, é importante que comece por aqui. Ou então, veja nossos vídeos explicativos:
Para violão e guitarra:
Ou para teclado/piano:
Continuando nosso aprendizado sobre acordes e cifras, veremos a seguir as nomenclaturas mais utilizadas em dicionários de acordes e song books. Isso é útil não apenas para montar acordes, mas também para escrever as cifras.
Como escrever cifras corretamente
- Acordes com sétima menor: recebem apenas o número 7. Exemplos: G7, Bm7, etc.
- Acordes com sétima maior: recebem o número 7 seguido da letra M. Exemplos: C7M, A7M, Bm(7M), etc. Outra notação possível para a sétima maior, geralmente utilizada por estrangeiros, é “maj”: Cmaj7 ou apenas CMaj (do inglês: Major Seven). Em sites populares de cifras, as pessoas utilizam muito a notação 7+ (C7+), porém essa não é a notação mais adequada, já que é utilizada para acordes aumentados.
- Acordes com nona adicionada: recebem o número 9 seguido da palavra add. Exemplo: Cadd9 (lê-se: Dó “éd naine”, pois é uma notação americana). Esses são os acordes formados por uma tríade acrescida de uma nona. Quando o acorde possui também a sétima, a notação americana costuma colocar somente o número 9. Como veremos logo a seguir.
- Acordes com nona e sétima menor: podem receber apenas o número 9, ou o número 7 seguido do número 9. Exemplo: C9 ou C7(9). Isso se deve ao fato de que acordes com nona costumam ter a sétima também, por isso subentende-se que o símbolo “9” já informa que há uma sétima junto. Quando não há uma sétima menor no acorde, deixa-se claro por meio do símbolo “add”, como já vimos. Seria como dizer, para não haver dúvidas: “Esse acorde possui nona adicionada, ou seja, é a nona adicionada a uma tríade. Não há uma sétima!”. Porém, na prática, nem todos fazem essa distinção, então é preciso ter cautela.
Obs: quanto falamos “nona”, entenda “nona maior”. O mesmo ocorre com a “sexta”. A nomenclatura de ambas não usa o símbolo “M” para representar o grau maior, basta colocar C9 ou C6, por exemplo. No caso da quarta justa, também podemos dizer somente “quarta” e escrever “4”, sem nenhum símbolo adicional.
- Acordes suspensos: são os acordes que não possuem a terça. Recebem a sigla “sus”. Geralmente, esses acordes vêm acompanhados de uma quarta justa. Exemplo: Asus4. Explicaremos o porquê dessa quarta quando entrarmos no assunto “acordes complexos”.
- Acordes aumentados: podem receber o símbolo “#” ou “+” ao lado do grau alterado em questão. Exemplo: G7(#5) ou G7(+5). Obs: quando a nota alterada é a quinta, o acorde também pode receber somente o “+”, por exemplo: C+.
Outro detalhe importante de se considerar é a utilização dos parênteses. Geralmente, utilizamos os parênteses quando o acorde possui mais de 4 graus. A ordem de representação segue a lógica de mostrar primeiro a sétima (caso haja) e depois o grau adicional entre parênteses. Ex: A7(b5), F7M(9), etc. Quando há muitos graus adicionais, costuma-se usar barras em vez de parênteses. Por exemplo: Bm7/6/9/11. Muitos preferem escrever somente com barras em vez de parênteses, isso varia conforme o gosto do compositor.
- Acordes diminutos: recebem o símbolo “ ° ”. Exemplo: C°. O acorde diminuto é aquele formado pelos graus 1, 3b, 5b e 7bb. Quando apenas uma nota está diminuta (abaixada), pode-se utilizar o símbolo “b” ou “-“. Exemplo: G7(b5) ou G7(-5). O símbolo “-“ também é utilizado na notação americana para dizer que o acorde é menor (em vez da letra “m”), por exemplo: A- (é o mesmo que Am). Por isso, não se confunda ao ver por aí algo do tipo C-7 (nesse caso, é o acorde Cm7, não o acorde de Dó com sétima diminuta).
Obs: estudaremos profundamente o acorde diminuto em outro tópico. Aqui estamos vendo apenas a nomenclatura.
- Acordes meio-diminutos: são os acordes com a extensão m7(b5). Exemplo: Dm7(b5). Diz-se “Ré meio-diminuto”. Esse apelido é muito utilizado, pois o acorde m7(b5) é quase um acorde diminuto; a única diferença está na sétima (que no acorde diminuto, é sétima diminuta em vez de sétima menor). Aliás, é muito mais fácil dizer “Ré meio-diminuto” do que “Ré menor com sétima e quinta bemol”, não achas?!
- Acordes alterados: são os acordes com a extensão #9#5. Exemplo: G#9#5. Geralmente, esse tipo de acorde contém a sétima menor também (G7#9#5). Entraremos em mais detalhes sobre esse assunto no tópico de escala alterada. Por enquanto, apenas saiba que essa extensão #9#5 é representada pela sigla “alt”. Por exemplo, o acorde anterior poderia ser escrito como G7alt em vez de G7#9#5 (Sol com sétima menor, nona aumentada e quinta aumentada).
Ufa! Terminamos. É importante que você leia algumas vezes esse tópico para memorizar bem essas nomenclaturas. Assim você vai saber ler e interpretar qualquer acorde que aparecer em qualquer lugar.
Resumindo tudo o que vimos, podemos concluir que há coisas que a cifra informa para nós e também há coisas que ela não informa.
O que a cifra estabelece
– Se o acorde é maior, menor ou suspenso.
– Se o acorde possui uma sétima ou demais graus adicionados (4ª, 6ª, 9ª).
– Se o acorde possui eventuais alterações (#5, b9, etc.)
– Se o acorde está invertido (3ª, 5ª ou 7ª no baixo). Obs: estudaremos isso em outro tópico.
O que a cifra não estabelece
– A posição do acorde no instrumento (pode estar em diferentes regiões).
– Dobramentos ou supressões de notas no acorde (pode-se duplicar, triplicar ou suprimir a quinta justa, dobrar a terça, etc.)
3.000 palavras depois…
Depois de ler esses 3 longos artigos você já está perito nesse assunto! Basta exercitar os conceitos aprendidos aqui e você terá autonomia total na formação de acordes, sem nunca mais precisar depender de um dicionário de acordes. Agora você é o dicionário!
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